Os governos e as administrações públicas enfrentam desafios cada vez mais complexos e incertos que exigem a adoção de uma governança antecipatória. Isso implica superar a lacuna entre a prospetiva e a tomada de decisão política, explorando futuros possíveis por meio da participação, inovação, experimentação e promoção de uma aprendizagem coletiva. Nesse sentido, o trabalho de prospetiva iniciado em 2023 pela Rede de Serviços de Planeamento e Prospetiva da Administração Pública (REPLAN), coordenada pelo PLANAPP, visa auxiliar os principais atores da política pública nacional a aproveitar oportunidades emergentes e a preparar entidades e instituições para desafios futuros.
Neste âmbito, foi publicada esta sexta-feira, 8 de março, uma brochura que constitui uma introdução ao Relatório sobre as Megatendências 2050 para Portugal, que deverá ser publicado no final deste ano.
Neste documento são apresentadas, de forma muito sintética, as nove megatendências que deverão marcar o futuro do país: o agravamento das alterações climáticas, a pressão crescente sobre os recursos naturais, a diversificação e mudança dos modelos económicos, evoluções demográficas divergentes, um mundo mais urbano, um mundo mais digital, a aceleração do desenvolvimento tecnológico, um mundo multipolar e novos desafios à democracia. Cada uma é apresentada com uma descrição geral, focada em Portugal, e uma lista dos impactos potenciais mais relevantes no país.
O trabalho foi elaborado por um grupo de trabalho formado dentro da Equipa Multissetorial de Prospetiva da REPLAN. Esse grupo conduziu análises e revisões da literatura, workshops colaborativos com a participação de diversos órgãos da Administração Pública e um painel de especialistas para organizar e sistematizar a informação, identificando megatendências e analisando seus impactos em Portugal.
O processo de identificação e descrição das megatendências é contínuo, baseado em colaboração, sistematização e transparência. Durante 2024, serão realizados mais workshops, consultas de especialistas e participação pública para aprofundar a análise das megatendências com vista à elaboração do relatório final.